terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Eu ainda chego lá


Existem músicas feitas pra outros, existem poemas que foram escritos para ninguém.
Existem palavras que foram ditas com a melhor das intenções, mas não tiveram o melhor dos entendimentos.
Existem vidas que andam por aqui, enquanto outros andam vivendo por aí.
O que é melhor do que viver?
O que dá mais vida do que viver bem e plenamente com o que se tem?
Onde se esconderam os meus monstros do armário e os bichos que viviam debaixo da minha cama? Eu cresci tanto assim?
Hoje meu medo é de coisas que eu não temia quando era pequeno, meu medo agora é de gente!
Eu não saio mais pra brincar em terrenos baldios, eu não pulo mais muros, eu não roubo mais frutas e não me preocupo mais com ovos de páscoa nem com papai Noel no natal...
Cresci sim.
Quando cresci eu me esqueci de tantas coisas que encantam, esqueci da imagem de mulher maravilha da minha mãe e de super-homem do meu pai e eu não sou mais o super amigo do meu irmão mais novo...
Eu quis conhecer lá fora e saí de casa sem me importar.
Agora eu me importo.
Eu fui me esquecendo enquanto crescia da real imagem de Deus, de pai que ama suas crianças simples de coração e que o adoram de verdade, inocentemente. Deixei de achar Deus o máximo pra ter medo dele...
A gente precisa crescer, foi assim que Deus fez a gente. Se ele nos quisesse como crianças ele não nos deixaria crescer. Mas ao crescer deveríamos preservar as coisas belas, e com as belezas preservadas seríamos mais bonitos.
Quando eu tiver filhos eu vou ter que ensiná-los muitas coisas, mas que Deus me dê sabedoria pra (re) aprender muitas outras com eles.
Eu vou chegar lá Deus! Eu cresci, mas eu to aprendendo a diminuir de novo!


Gabriel Marchezini

28 de dezembro de 2010

Um comentário:

  1. Lindo o seu texto! É verdade, a gente aprende muito com os filhos e a gente revive um pouco daquilo que já tinhamos esquecido...O mais dificil, para mim, é aprender a diminuir...Bjim

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