terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sobre 1 de novembro de 2011

Ela foi pra casa, mas não sabia o que pensar ou dizer. Tudo tinha sido tão belo naquele dia que ela guardou as palavras, preferiu o silêncio...
Ele olhou pro céu e agradeceu a Deus pela vida, pelo dia, pela simplicidade maravilhosa da graça.

São dois jovens, muito jovens mesmo, mas que estão cheios de amor. Que erro há nisso?
O amor veio primeiro ao coração dele, plantou uma semente pequenininha, ele nem percebeu assim logo de primeira, mas com o tempo a sementinha foi fincando pequenas raízes e fazendo brotar pequenos ramos, pois aquela terra do coração dele era muito fértil. Ele começou a sentir um peso do lado esquerdo do peito, quase um desequilíbrio.
Ela andava tranquila pela sua vida, satisfeita com o que estava acontecendo por hora, ela já conhecia o rapaz, mas nunca tinha reparado tanto assim nele, nada mais que comentários desinteressados com suas amigas.
O amor viu que a plantinha que havia semeado no coração do moço já era frutífera, mas era uma árvore que parecia triste, não haviam pássaros cantando em seus galhos.
A menina vinha caminhando, o amor bateu de frente com ela e ela nem se deu conta na hora, mas ele deixou um pequeno ninho em seu coração, com ovinhos prestes a chocar.
Os jovens se encontraram e viram um no outro um complemento, como se ela precisasse de um lugar pra pousar seu ninho e ele de mais vida naquela árvore. Naquele dia os ovos chocaram, nasceram pequenos passarinhos, ainda sem voar, mas cantadores incessantes, ela ficou um pouco confusa com aquilo, mas gostava do som que ouvia de dentro do seu peito.
Eles pensavam dia e noite um no outro, ele queria ouvir o som dos pássaros e ela queria a segurança daquela árvore, que já era frondosa.
Os pássaros começaram a voar, voavam e faziam uma bagunça na cabeça da garota, deixavam ela feliz com a cantoria e quase a levantavam do chão. Eles queriam pousar nos galhos daquela árvore e comer seus frutos!
Hoje era o encontro, haveria vida naqueles galhos e descanso pra'quelas asas. Ele abriu a porta do carro pra ela, ela agradeceu com um sorriso e passearam pela cidade, comeram, beberam e se beijaram...
Há vida, um gorjear alegre e intenso, há flores, lindíssimas flores, belíssimas e perfumadas.
A árvore dará mais frutos, os pássaros farão mais ninhos e se fará tão grande união que não haverá mais diferença entre o rapaz e a moça, quem ver um, vai ver o outro.

Eu sou o amor, eu escrevi este texto para que vocês voltem a sonhar que ainda podem amar.
Eu sou quem planta uma árvore, sou quem põe um ninho com todo o cuidado no coração de vocês, mas vocês insistem em pousar seus ninhos em postes e oferecer seus frutos para corvos...
Eu não posso fazer nada além de dar o que eu tenho de melhor pra cada rapaz e cada moça.
Rapazes, cuidem bem de cada sementinha, regue com água limpa, faça um cercado e arranque as ervas daninhas.
Moças, cada ovinho que vai no ninho é muito frágil, tomem cuidado com raposinhas, guardem bem seu ninho.
Eu sou o amor, aprendam a me conhecer, eu sou mais simples do que vocês imaginam.
Eu sou o amor, me encontrem enquanto ainda pode-se me achar.
Eu sou amor.
Eu sou.


Gabriel Marchezini

1 de novembro de 2011

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